quarta-feira, 13 de abril de 2011

Grandes Violinistas [6] - Isaac Stern


Isaac Stern foi um violinista ucraniano de origem judaica nascido em 1920. Mudou-se ainda bebê com a familia para os Estados Unidos e aos 8 anos de idade ingressa no Conservatório de Música de São Francisco onde estudou até 1931, onde após esse período passa a estudar com Louis Persinger. Faz sua estréia ao público em 1936 onde sola o Concerto para Violino de Saint-Saëns com a Orquestra Sinfônica de São Francisco.

Stern em participação no
 Sesame Street
Stern ficou conhecido no meio musical não somente como virtuose, mas como "caça-talentos" no meio musical, sendo responsável pelo incentivo à jovens músicos talentosos iniciarem uma carreira sólida entre suas descoberta encontramos nomes como Yo-Yo-Ma (cello), Itzahk Perlman (violino) e Pinchas Zukerman (violino). Foi responsável também pela restauração do Carnegie Hall de Nova York, uma importante sala de concertos que estava abandonada e prestes a ser demolida.

Stern em visita a China
Venceu inúmeros prêmios Grammy pelas gravações feitas por ele. E em 1979, Stern é convidado em uma iniciativa inédita, a visitar a República Popular da China (que mantinha ferrenha relação com os EUA) e fazer uma turnê tocando com a Sociedade Sinfônica da China Central. Essa visita foi gravada e resultou no magnífico documentário From Mao to Mozart: Isaac Stern in China vencedor do Oscar de melhor documentário.


Stern e suas "descobertas"
Stern foi casado duas vezes e teve três filhos. Morreu em 2001 aos 81 anos

Seu violino preferido era um Guarneri del Gesù chamado Ysaÿe, entre outros, ele também possuia Stradivarius e diversos outros instrumentos de fabricantes clássicos e modernos.




Bach - Concerto para violino em lá menor


Documentário From Mao to Mozart: Isaac Stern in China
em Inglês, mas mesmo assim, imperdível!



Grande abraço a todos!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Grandes Violinistas [5] - David Oistrakh




Peço desculpa aos amigos pela ausência de postagem por esses dias, estive muito ocupado com provas e trabalhos da faculdade e fiquei sem tempo pra postar, mas agora que tudo está mais tranquilo retomo a série de postagens sobre grandes violinistas do século XX... Boa leitura!

David e Igor Oistrakh
David Oistrakh foi um violinista russo-ucraniano, um dos mais consagrados do século XX. Fez várias gravações e inúmeros concertos foram escritos em homenagem a ele. Provindo de uma familia de origem judaica, era filho de um comerciante e de uma cantora de ópera, ganhou seu primeiro violino aos 3 anos de idade e ainda menino disse que seu violino era "mais divertido do que qualquer outro brinquedo!". Aos 5 anos ganha seu violino para estudos sérios e começa a estudar com seu primeiro e único professor Piotr Solomononvich Stoliarsky que também foi professor de Nathan Milstein (veremos em outro post). Ingressou no Conservatório de Odessa em 1923, onde teve aulas até 1926. No dia de sua formatura, tocou o Concerto para Violino de Alexander Glazunov, sob a direção do próprio compositor. Muda-se para Moscow, onde deu seu primeiro recital e connheceu também sua futura esposa Tamara Rotareva, pianista que o acompanhara no seu recital. Casam-se em 1930 e no ano seguinte nasce Igor Oistrakh o qual seguira os passos do pai e se tornou um grande violinista, participando ao lado do pai em concertos e recitais.

Oistrakh e o compositor Sergei Prokofiev jogam xadrez
Em 1939, torna-se professor do Conservatório de Moscow, onde ensinou grandes nomes como Oleg Kagan, Gidon Kremer, Igor Dantchenko, entre outros.

Ganha fama internacional ao vencer várias competições de violino em seu pais e no exterior como o Concurso de Violino Rainha Elisabeth em Bruxelas, e como cidadão soviético, recebeu inúmeras condecorações como o Prêmio Stalin (1943), o título de Artista do povo da URSS (1953) e o Prêmio Lênin (1960).


Com o início da Segunda Guerra Mundial, Oistrakh era ativo na União Soviética e por este motivo, foi impedido de dar concertos e até mesmo de viajar ao exterior. Um dos atos mais heróicos de sua vida foi dar um Concerto em Stalingrado enquanto o centro da cidade era bombardeado pelas forças nazistas.

David Ostrakh
Com o término da guerra, foi autorizado a viajar ao exterior onde em 1959 visita os Estados Unidos iniciando sua carreira como maestro. Em 1968, completa 60 anos de carreira e toca num concerto de gala na Grande Sala do Conservatório de Moscow, após alguns dias sofre um ataque cardíaco, porém sobrevive e continua a tocar bastante, porém em 1974 após uma série de gravações das Sinfonias de Brahms com a Concertgebouw Amsterdam Orchestra, sofre outro ataque, no qual não resiste e falece no dia 24 de Outubro de 1974.

Oistrakh é conhecido ainda pela quantidade de instrumentos que possuiu, nada menos do que sete Stradivarius!


"O Labirinto" de Pietro Antonio Locatelli
 com David Oistrakh


David Oistrakh e Yehudi Menuhin (posts anteriores)
Concerto para dois violinos de J. S. Bach - Allegro



É isso ai pessoal... bom fim de semana e grande abraço!










segunda-feira, 14 de março de 2011

Grandes Violinistas [4] - Ginette Neveu



Sim... nem só os senhores empunharam um arco em suas mãos mas também as senhoras! É o que vamos ver em mais este post dedicado a grandes violinistas do século XX, e hoje vamos tratar de Ginette Neveu. Futuramente veremos também outras mulheres que fizeram história com o violino, mas prossigamos...

Ginette Neveu
Ginette Neveu foi uma violinista francesa nascida em 11 de Agosto de 1919. Sua família já possuía uma grande tradição musical, Ginette seguiu ao violino e seu irmão Jean-Paul Neveu ao piano. Criança prodígio, Ginette teve suas primeiras aulas com sua mãe e fez sua estréia solo aos sete anos de idade em Paris, logo depois, seus pais decidiram mandá-la estudar no Conservatório de Paris com George Enescu, Nadia Boulanger e Carl Flesch. Ganha notoriedade ao ganhar o Concurso de Violino Henryk Wieniawski onde supera 180 candidatos incluindo o grande David Oistrakh que acabou em segundo lugar, na época, Ginette contava com quinze anos de idade e fora a primeira mulher a ganhar um concurso internacional de violino. Após ganhar o concurso inicia uma série de turnês pelo mundo todo.

Sua carreira fora brevemente interrompida por conta da Segunda Guerra Mundial, mas ela retorna aos palcos em 1945 em um concerto juntamente com seu irmão ao piano. Seu som é caracterizado pela intensidade, energia e clareza impecável, fora assim reconhecida como uma grande violinista de sua época apesar do pouco tempo que viveu.

Ginnete e seu irmão Jean
Ginette deu seu ultimo concerto em 1949, uma semana depois, ela e seu irmão embarcaram num voo da Air France para uma série de concertos na América e trágicamente o avião se chocou em uma montanha, matando todos os 48 passageiros a bordo do avião.

Dize-se que ao encontrar o corpo de Ginette Neveu, ela estava abraçada a seu Stradivarius. Seu funeral e de seu irmão deu-se em 28 de Novembro de 1949, mobilizando toda a França e o mundo pela perca prematura de  um talento enorme



Rara gravação de Ginette Neveu



Ginette interpreta de Maurice Ravel
Tzigane


É isso ai... grande abraço!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Grandes Violinistas [3] - Jascha Heifetz



Jascha Heifetz é amplamente considerado como o maior virtuose da história do violino, sendo considerado por muitos como "o melhor violinista do século 20". Ele nasceu em 2 de Fevereiro de 1901 em Vilna, Russia (hoje Vilnius, Lituânia). Começou seus estudos aos 2 anos de idade (!) com seu pai Ruvin e entrou para o Conservatório de Vilna aos 5 anos de idade onde estudou com Ilya Malkinm. Fez sua primeira apresentação pública num recital de estudantes em 1906 e sua estréia oficial aos sete anos de idade.

O Jovem Heifetz
Por oitenta e três dos seus oitenta e seis anos, Heifetz tocou violino e sessenta dos seus oitenta e seis, fez isso para platéias imensas ao redor do mundo. Desde seu primeiro concerto com orquestra em São Petersburgo no dia 30 de Abril de 1911 ele expôs sua arte a milhares de pessoas e fez isso com nada menos de dois milhões de quilômetros em viagens ao redor do planeta, inumeras apresentações no rádio (algo muito comum na época) e até em produções cinematográficas.

Heifetz entra para o Conservatório de São Petersburgo em 1910, primeiramente na classe de violino de IR Nalbandian e depois na classe do lendário mestre Leopold Auer em 1911. Até então, suas apresentações públicas estavam se tornando uma sensação. Dize-se que em um concerto em Odessa, no verão de 1911 atraiu cerca de 8.000 pessoas. O jovem Nathan Milstein (que veremos em outro post) que estava na platéia disse que ao término do concerto a polícia cercou o menino para o protegê-lo da multidão agitada com o talento do pequeno Heifetz.

Em 1912, Heifetz vai a Berlim.

Heifetz em turnê pela Europa
"Ele tem apenas 11 anos de idade, mas garanto-vos que esse menino já é um grande violinista. Fico maravilhado com seu gênio, e tenho certeza que ele fará uma grande carreira mundial. Em todos os meus cinquênta anos de ensino do Violino, eu nunca soube de tal talento e precocidade!"
Leopold Auer em carta de apresentação de Heifetz ao professor Herman Fernow




Heifetz estréia em Berlim num concerto privado em 20 de Maio de 1912 na casa de Arthur Abell, um crítico musical . Grandes violinistas da época estavam presentes ao recital, tai como Carl Flesch, Heerman Hugo, Willy Hess, e o grande ídolo de Heifetz, Fritz Kreisler (que vimos no post anterior).

"... E quando Fritz Kreisler sentou-se ao piano para acompanhar o senhor Heifetz em seu Schön Rosmarin o pandemônio tomou toda a platéia e depois de ouvir o talento de Heifetz, Fritz Kreisler levantou-se do piano, dirigiu-se aos seus amigos violinistas presentes e disse: 'Nós já podemos ir para nossas casas, e quebrar nossos violinos, pois achamos alguém insuperável!' afirmou o grande mestre do violino"
Hermann Fernow em carta a Leopold Auer, professor de Heifetz


Heifetz também dá concertos públicos com a Filarmônica de Berlim sob a direção de Arthur Nickisch.


"Quando Heifetz terminou de tocar houve uma atitude que jamais vi em meus 70 anos assistindo concertos... o próprio maestro puxou os aplausos e toda orquestra estava encantada com o talento do menino Heifetz!"
Arthur Abell


Heifetz em Performance 
Heifetz também faz apresentações em Praga e Varsóvia em 1912 e deveria ter feito sua estréia americana em 1914 mas a explosão da I Guerra Mundial o impedira de fazer essa viagem. Poém com o início da Revolução Russa em 1917 a família Heifetz faz uma jornada árdua para os Estados Unidos. Eles viajam pela Ferrovia Trans-Siberiana de São Petersburgo para o Japão e de lá vão de navio aos EUA. Chegando lá, se prepara por dois meses ainda para sua grande estréia que ocorrera em 27 de Outubro de 1917 no Carnegie Hall. É maravilhosamente recebido pela crítica musical e os comentários nos jornais não pouparam elogíos ao talento de Heifetz.

"Por enquanto é suficiente dizer que ele é um mestre supremo na arte do violino com apenas dezesseis anos e certamente uma geração como esta de violinistas jamais veremos de novo!"
The New York World


Duas semanas após sua estréia nos EUA, Heifetz viaja para Nova Jersey para iniciar seu primeiro ciclo de gravações para a RCA Victor e nos próximos 56 anos ele faria inúmeras gravações para esta gravadora, legando a nós, seus ouvintes, inúmeras gravações importantes. Retorna a Rússia pela primeira e única vez em 1934 dando concertos em Moscovo e São Petersburgo, onde seu professor de infância Nalbandian estava no fundo do auditório com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

Jascha Heifetz 
Em 1925, Heifetz se torna cidadão americano e em 1939 a Metro-Goldwyn-Mayer cria um filme intitulado "Eles devem ter música" onde o próprio Heifetz é a estrela do filme, representando ele mesmo em resgate de uma escola de música abandonada e falida, e para ajudar, Heifetz dá concertos para salvar o conservatório. Esse histórico de concertos beneficientes não para por ai:  Em 1919 o famoso "A Vitória do Empréstimo" fora uma série de concertos dados por Jascha Heifetz ao violino e Serguei Rachamaninoff para ajudar a pagar dívidas dos EUA feitas durante a I Guerra Mundial, onde eles arrecadaram com bilheteria cerca de 7.8 Milhões de dólares!


Também durante a Segunda Guerra Mundial, Heifetz participou ativamente tocando para milhares de homens e mulheres à serviço do exercíto durante a guerra, muitas vezes em situação extremamente perigosa. Certa vez em um concerto ao ar livre que deu na Itália em 1944 foi bombardeado e ele se viu preso nas linhas inimigas. Em 1950 muda-se para a Califórnia onde começa a lecionar na Universidade Southern Califórnia onde suas aulas foram gravadas e distribuídas pelo mundo todo.




Heifetz foi casado por duas vezes. Tinha dois filhos com sua primeira mulher e um filho com o segundo casamento. Faleceu aos 86 anos em 10 de Dezembro de 1987 sendo considerado o maior violinista do século XX.







Capricho Nº 24 de Nicolo Paganini
Jascha Heifetz, violino


Masterclass de Heifetz
Interpretação do Capricho para violino solo "Ao Pé da Fogueira" do brasileiro
Flausino Vale


domingo, 6 de março de 2011

Grandes Violinistas [2] - Fritz Kreisler




Friedrich Fritz Kreisler foi um violinista e compositor austríaco nascido em 2 de Fevereiro de 1875. Considerado até os dias de hoje como "o violinista com um som doce jamais ouvido", conseguiu produzir seu próprio som (através de estudos criara um tipo de sonoridade ímpar)  e através dele influenciar outros grandes violinistas de sua época a buscarem essa característica própria. Foi um excelente professor que com seu estilo único e sua personalidade conseguiu formar inúmeras gerações de violinistas. Kreisler nasceu em Viena de pai judeu e mãe prostestante, fora batizado nos ritos protestantes aos 12 anos de idade.

Fritz Kreisler
Estudou nos Conservatórios de Viena e de Paris onde teve aulas com Anton Bruckner, Léo Delibes, Jakob Dont, Jules Massenet, entre outros. Fez sua estréia nos Estados Unidos no Steinway Hall em Nova Iorque no dia 10 de Novembro de 1888 aos 12 anos de idade e fez sua primeira turnê nos EUA entre 1888/1889 e após isso regressa a Viena para tentar ocupar um posto na Filarmônica de Viena, porem foi rejeitado pelo Spalla Arnold Rosé justamente por causa de seu estilo de sonoridade, que não agradara aos músicos da orquestra. Como resultado disso, ele deixa de lado a música para estudar medicina e passa um breve tempo no exércíto antes de retornar ao Violino em 1899 em um concerto com a Filarmônica de Berlim conduzida por Arthur Kikisch e este concerto lhe rendeu fama mundial.

Em 1910 estréia o Concerto para Violino de Edward Elgar, um trabalho encomendado e destinado a Kreisler. Serve brevemente ao exército austríaco na I Guerra Mundial antes de ser ferido e dispensado do serviço militar, passa o restante dos anos de guerra na América onde após várias idas e vindas pela Europa e a explosão da II Guerra, se estabelece definitivamente nos EUA onde também é naturalizado cidadão americano em 1943 onde vivera pelo resto da sua vida.

Kreisler de retorno aos EUA após
turnê pela Europa
Em 1941 se envolve em um acidente (o primeiro de dois acidentes) de carro, um onde fora atropelado por um caminhão enquanto atravessava uma rua em Nova Iorque, ficando em coma por mais de uma semana e já no fim de sua vida sofre mais um acidente, desta vez ao dirigir seu automóvel e passou seus ultimos dias cego e surdo.

Suas obras para Violino são de tocante beleza e inspiração, dentre as mais conhecidas estão Liebesleid (Canção do Amor) Liebesfreud (Canção da Alegria). Um fato curioso da vida de Kreisler é que ele tinha o costume de escrever obras no estilo de outros compositores, porém, ele não divulgava que essas composições eram suas, mas antes as revelava como obras de renomados compositores como Vivaldi, Mozart, Pugnani, etc. Porém quando Kreisler resolveu revelar que essas obras eram realmente composições suas fora duramente criticado pela crítica e por vários outros meios.


"O que muda é o nome do compositor, o valor da obra continua o mesmo!"
Fritz Kreisler


O "mais amado dos violinistas"
Autor de pequenas obras para violino solo, também compôs operetas (Apple Blossoms - 1919 e Sissy  -1932), um quarteto de cordas e cadências para diversos concertos, dentre os quais se destacam as cadências do Concerto para Violino e Orquestra de Brahms e o Concerto para Violino e Orquestra de Beethoven. Possuia diversos Violinos de autores consagrados como Stradivari, Guarneri Pietro, Giuseppe Guarneri, Carlo Bergonzi, etc. Kreisler não foi só considerado como o melhor som de sua época, e também não só como um excepcional mestre, mas sobretudo, fora considerado "o mais amado violinista" por seu gênio gentil e amigável para com todas as pessoas. Faleceu em Nova Iorque em 1962 aos 87 anos cercado por seus amigos violinistas.



"O gênio é uma palavra muito utilizada. O mundo tem conhecido apenas uma meia dúzia de gênios, eu tenho algo apenas bastante próximo"
Fritz Kreisler






Uma boa dica é vocês conferirem os audios abaixo, são obras compostas e interpretadas pelo próprio Kreisler, vale a pena conferir o maravilhoso som deste violinista...






Liebeslied (Canção do Amor) e Liebsfreud (Canção da Alegria) 
Gravação com o próprio Fritz Kreisler 



Schön Rosmarin
Gravação com o próprio Kreisler ao Violino






É isso ai pessoal, boa semana a todos!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Grandes Violinistas [1] - Yehudi Menuhin



"O supremo menino prodígio!" - Foi assim que Itzhak Perlman (que veremos em outro post) definiu um dos maiores violinistas do século XX. Yehudi Menuhin ou Barão Menuhin de Stoke d'Abernon (título real recebido por possuir cidadania britânica) nasceu em 22 de Abril de 1916 em Nova Iorque, filho de Moshe Menuhin e  Marutha Sher, ambos de origem Judaica. Em 1921 inicia suas primeiras lições de Violino com Sigmund Anker e é nessa época que faz seu primeiro recital.


"Quando eu comecei a tocar foi puro instinto. Eu tinha o dom, o dom e a vontade!"
Menuhin e Louis Persinger
Yehudi Menuhin




Em 1923 inicia suas aulas com o grande professor Louis Persinger e em 1924 dá seu primeiro concerto público com seu mestre ao piano.


"Yehudi Menuhin é o nome. Lembre-se! Não é facil, mas um dia este nome pode tornar-se uma palavra de casa!"
Musical America, 1926




Em 25 de Novembro de 1927 dá seu primeiro concerto com orquestra ao lado da San Francisco Orchestra interpretando a inspirada e desafiadora  Sinfonia Espanhola de Edouard Lalo, e neste mesmo ano parte com a familia em turnê pela Europa.

Menuhin e George Enescu
Dá dois concertos em Paris com a Orchestra Lamoreaux (Sinfonia Espanhola de E. Lalo e o Concerto para Violino de Tchaikovsky) e inicia suas aulas com George Enescu.

Um ano após esse concerto, é convidado pelo magnata Henry Goldman a lhe fazer uma visita e conhecer seu arquivo inestimável de obras de arte, incluindo grandes Violinos. Neste momento Menuhin é supreendido com a proposta de Goldman:

"Quero que você escolha o Violino que quiser, qualquer que seja o preço. Escolha-o, e será seu!"


Henry Goldman, sua esposa e Menuhin
Menuhin tinha a sua disposição todos os grandes instrumentos à venda no mundo! Mas não se apressou, visitando cada negociante de Nova Iorque e pedindo conselhos a violinistas mais velhos e nessa busca acabou optando pelo Stradivarius Khevenhüller de Emil Herrmann que também lhe providenciou um arco Tourte, o que resultou em aproximadamente 60 mil dólares (valor extremamente alto na época).

Viaja a Berlim onde toca Bach, Brahms e Beethoven com a Berliner Philharmoniker sob a regência do lendário maestro Bruno Walter.

Retorna aos EUA onde continua seus concertos, desta vez com a New York Symphony Orchestra interpretando o Concerto para Violino de Beethoven. Inicia suas primeiras gravações e a turnê pelos EUA.

Em 1930 muda-se para Suíça com sua familia e inicia os estudos com Adolf Busch e posteriormente muda para Paris onde inicia mas uma série de gravações, incluindo a première gravação do Concerto para Violino de Edward Elgar com a London Philarmonic Orchestra e o próprio compositor a regência. Menuhin contava com apenas 14 anos de idade!


"A Maneira que esse menino toca meu concerto para Violino é incrível!"
Edward Elgar


Menuhin e Arturo Toscanini
Trabalha na Europa com grandes nomes da regência como Arturo Toscanini, Edward Elgar, Sir Thomas Beecham, etc. Faz turnê por vários países como Austrália, Nova Zelândia, Africa do Sul (publicos até então deixados de lado por grandes nomes da música).

Em 1938 casa-se com Nicholas Nola.


Menuhin toca para feridos de guerra
Em 1939 inicia-se a Guerra na Europa e Menuhin é convocado para fazer apresentações para as tropas americanas em diversos pontos como Alasca, Havaí, etc (no total, 500 concertos para as tropas aliadas).

É chamado para se apresentar no Concerto das Nações Unidas que marca a criação da ONU em 1945.


Menuhin em posição de yoga
Viaja à Russia onde conhece David Oistrakh (veremos sobre ele em um post futuro).

Apesar das inumeras ameaças, visita Israel em 1950 e um ano após descobre a yoga.

Visita a China em 1979, tornando-se professor honorário do Conservatório de Pequim.

Em 1987 torna-se Sir Yehudi Menuhin, título recebido ao se tornar cidadão britânico.

Mandela e Menuhin
Torna-se Barão, o honorável direito a Menuhin Senhor do Stoke d'Abernon e toma seu assento na Câmara dos Lordes Britânicos.

Vai à Africa do Sul para comemorar a libertação de Nelson Mandela, do qual é amigo muito próximo.

Em 1996, com 80 anos, conduz mais de 110 concertos.

Marutha Menuhin e Yehudi Menuhin no
100º aniversário de Marutha


Em 1998 sua mãe Marutha Menuhin morre aos 100 anos e um ano após, Menuhin durante uma turnê em Berlim também falece.








"Qualquer coisa que se quer fazer e que se ama realmente deve-se fazer todo dia. Essa é minha relação com o Violino! Ele deve ser tão fácil para um artista e tão natural tal como o voar de um pássaro, e você não consegue imaginar um pássaro dizendo: "Bem, hoje estou cansado e velho, e por isso não irei mais voar"
Yehudi Menuhin sobre parar de tocar devido sua idade avançada





É isso ai pessoal, bom fim de semana e um grande abraço!